Os investidores que possuem aplicações em renda fixa, como a poupança tradicional, enfrentam um cenário desafiador devido à recente redução da Taxa Selic pelo Banco Central. Essa decisão, anunciada em julho deste ano, resultou em um corte de 0,25 ponto percentual, fazendo com que a taxa caísse de 10,75% para 10,50% ao ano.
Embora essa medida possa ser benéfica para quem depende de linhas de crédito, ela representa uma verdadeira ameaça para os rendimentos dos investimentos em renda fixa, incluindo a poupança tradicional. Isso porque a Taxa Selic é a principal referência para determinar os retornos desses investimentos.
Clientes com poupança no Itaú e outros bancos sofrem com rendimentos menores
Dentre as opções de renda fixa, a caderneta de poupança é a que sofre o maior impacto negativo diante de cortes na Taxa Selic. Ao contrário de outros investimentos que costumam oferecer retornos acima da inflação, a poupança tradicional tem seu rendimento diretamente atrelado à taxa básica de juros.
Segundo um levantamento realizado pelo especialista Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, a aplicação de R$ 1.000 na poupança, com a nova taxa, renderá apenas R$ 1.036,19 em seis meses. Em comparação, um Certificado de Depósito Bancário (CDB) de bancos grandes renderá R$ 1.035,64 no mesmo período.
Em um horizonte de 30 meses, a poupança renderá até R$ 1.194,56, enquanto os CDBs de bancos médios, considerando uma remuneração média de 110% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), renderão R$ 1.261,11 para a mesma aplicação inicial de R$ 1.000.
Alternativas mais rentáveis
Diante desse cenário, os investidores estão buscando opções de renda fixa mais rentáveis, como os CDBs, Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e títulos do Tesouro Direto. Essas alternativas permitem obter rendimentos superiores, com níveis de risco ajustáveis ao perfil de cada investidor.
Além das opções domésticas, o mercado internacional também oferece oportunidades interessantes para diversificar os investimentos em renda fixa. Nos Estados Unidos, por exemplo, os chamados “bonds” (títulos emitidos por empresas e governos) têm se destacado por oferecerem retornos previsíveis e, muitas vezes, superiores aos dos títulos de renda fixa brasileiros.
Esses títulos funcionam de maneira semelhante aos títulos de renda fixa nacionais, com taxas e prazos estabelecidos que garantem retornos consistentes. Muitos deles também distribuem cupons recorrentes, gerando fluxo de caixa em dólares, o que pode servir como uma proteção contra a oscilação cambial e a inflação.
Como investir em Bonds com segurança?
Para os brasileiros interessados em investir em bonds, o primeiro passo é encontrar uma instituição financeira confiável que ofereça acesso a esses títulos. Após abrir uma conta, o investidor pode realizar a remessa de capital e começar a investir.
No entanto, é fundamental escolher títulos que se adequem ao perfil de risco e ao prazo de investimento desejado. Realizar um teste de perfil de investidor é essencial para entender o quanto a renda permite arriscar e se manter em segurança financeira ao escolher os títulos.
Os riscos dos bonds incluem risco de taxa de juros, risco de crédito, risco de liquidez e risco de reinvestimento. Esses fatores podem influenciar as oscilações de preço antes do vencimento, tornando essencial uma análise cuidadosa antes de investir.